Funcionou mais ou menos assim,
Num dia comum, de rotina
Que a gente empurra com vasilina.
Eis que vem uma surpresa,
Carta de longe da prima Teresa.
Avisando que vai casar,
Que ganhou na loto.
Que a carreira de medica vai de vento em poupa .
Comprou uma casa de frente pra praia,
Trocou de carro,
Acabou de voltar de Paris…e lembrou de mim.
Onde eu entro, como assim??
O que que eu tenho a ver com tanta abonancia,
Se não a vejo desde os tempos de criança.
No fundo senti foi inveja de tanta mudança…
No auge daquele senimento amargo, parei por ali.
Rasguei a carta…não prossegui com a leitura…
Rasguei o envelope duro, provavelmente com fotos
Ilustrando tamanha felicidade
não queria mais nenhuma linha de vitoria,
daquela historia.
Respirei profundamente…e pensei em queimar tudo.
Achei um afronto, um absurdo…
aquela quebra na minha humilde e chata paz corriqueira.
Depois de uma pausa…retornei o meu olhar ao envelope pardo
Em pedaços e percebi um papel de espessura mais grossa
Que não havia de ser uma foto.
Resolvi vasculhar o que contia no tal envelope
E deparei com um ticket de loteria e uma passagem
Em pedaços…peguei a carta tentei juntar como um quebra cabeças
E entender que loucura era aquela.
O ultimo paragrafo dizia:
“ No meio de tanta felicidade, entrei num estado terminal de cancer,
fui surpreendida pelo destino, e por nossa familia se resumir em nos
duas, resolvi te dar o bilhete premiado e ter voce por perto
no meu leito de morte…te escolhi pra dividir a minha sorte.
Desculpe, por quebrar a sua rotina, prima Teresa”.
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